quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Em nome de quem

Em nome de quem

Onde houver discórdia
Eu levarei mais e mais intrigas
Onde houver intolerância
Eu levarei o caos
Onde houver ganância
Eu levarei o horror
Onde houver fanatismo
Eu levarei a destruição

Em minhas veias corre a ira
Os meus olhos refletem o ódio
O meu coração pulsa a violência
Minhas mãos promovem o extermínio

Alguns me taxam inevitável
Tenho muitos apelidos e inúmeras desculpas
Em um triste resumo...
Meu nome é GUERRA

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Raciocídio

Raciocídio

Eu tenho mais ou menos 40 anos.
Eu tenho um emprego mais ou menos.
Eu sou mais ou menos feliz.

Quando eu tinha 18 anos,
Eu quase perdi a virgindade.
Quando eu entrei na faculdade,
Eu quase arrumei uma namorada.
Na minha formatura eu fiquei na dúvida se devia ir,
E quando me decidi o baile já havia terminado.

No meu condomínio tem um terraço mais ou menos alto.
Lá de cima dá pra ver quase tudo.
Às vezes eu penso que tive mais ou menos momentos de vida.
Lá em cima é possível sentir-se poderoso e frágil ao mesmo tempo.

Algumas vezes eu me pego a pensar
Sobre a linha tênue que separa a força da fraqueza,
O raciocínio do suicídio.

domingo, 26 de agosto de 2007

Busca

Busca

Não importa de onde eu venho ou para onde eu vou.
Eu já morei em muitos lugares,
Executei tantas tarefas e exerci muitas funções.
Tive alguns amores e muitas paixões.
Conheci milhares de pessoas interessantes, e outras nem tanto.

Já vivi a dor, e também o amor.
Já sofri e já venci.
Já errei e já acertei.
Já plantei uma árvore,
Já escrevi muitos livros que, talvez, nem sejam publicados.
Já fiz um filho e já vi muitas pessoas perderem os seus.

Para uns, eu já fiz muito.
Para mim, ainda estou apenas começando.
Alguns insistem em dizer que eu não sei o que quero da vida.
Talvez eu não saiba mesmo.
Mas enquanto eu não souber de fato,
Não desistirei jamais de procurar.
O que é meu está em algum lugar.

Não importa se eu tenho 32 anos,
E se vou me descobrir apenas aos 60.
O que importa é que, quando eu souber o que eu quero,
Já terei feito tudo o que todos sempre desejaram.

Animal é quem pensa

Animal é quem pensa

Eu quero ser um pássaro quando eu diminuir.
Eu quero ficar pequeno vendo tudo do alto.
Abrir as frágeis asas e sobrevoar a hipocrisia e a mediocridade humana.

Eu quero ser um cão.
Para ser fiel apenas àqueles que me tratam bem.
Para ter a coragem de viver quantos amores eu bem entender.
Para encarar os maiores oponentes sem o menor medo.

Eu quero ser um animal qualquer.
Para ter a inteligência de saber que só se deve extrair do meio ambiente,
A quantidade necessária para a sobrevivência.
Não o exagero desenfreado para satisfazer a ganância.

O que nos difere dos animais não é a capacidade que temos de “pensar”.
Ambos dependem da natureza,
Mas apenas um a destrói.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Um brinde ao amor

Um brinde ao amor

Prepara-te!
Quando me receber,
Quero lhe apresentar o mais saboroso vinho,
Num cálice único e inacabável.

Quando provares com cuidado desta uva,
Entenderás o quão belo pode ser a fonte.
O perfume e o sabor do vinho não são extraídos da uva,
São ofertados por ela.

Não queira apenas degustar este vinho.
Produza-o!
Faça com que a uva dê a ti a sua mais pura essência.
Explore-a desde o seu nascimento.
Entenda como ela cresceu.
Descubra por quê ela foi destinada a ti.

Colha!
Retire dela a textura, o aroma e o sabor.
Deleite-se como se fosse o cálice da sua maior conquista.
Cuide!
Esta safra pode render muitas taças...
Um brinde ao sabor do amor.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

A fina flor

A fina flor

Veja você que coisa louca.
Nem botânico eu sou,
Mas encontrei uma espécie rara da mais fina flor.
Uma flor com um perfume jamais visto.
Delicada, bela...incomparável.

Encanto imediato e irresistível.
Beijei-a como se fosse meu primeiro beijo aos doze anos de idade.
Ela estava ali plantada e indefesa.
Este beijo, claro, havia de ser roubado.
Mal sabia eu que aquele, era um beijo encantado.
Das suas pétalas, minha boca extraiu a seiva mais doce.
Bêbado, após tê-la beijado,
Acordei assim... bobo, tonto e apaixonado.

sábado, 21 de julho de 2007

Eu Protesto...

Eu Protesto...

Contra mim mesmo.
Por me sentir culpado,
No mínimo conivente.
Tal como aquelas pessoas que morreram no acidente de congonhas.

Somos todos culpados.
Não agüento mais ouvir murmúrios
Contra uma política que já nasceu podre.
E que, a cada voto, apodrecemos mais e mais.

Somos culpados por comprar passagens para congonhas,
Mesmo sabendo que aquilo é um grande problema.

Somos culpados pelo caos no trânsito,
Porque não paramos de comprar carros novos.

Somos culpados pela catástrofe ambiental,
Porque queremos sempre mais tecnologia, mais progresso e mais dinheiro.

Somos culpados pela promoção da intolerância,
Porque respondemos o erro com arrogância ou violência.

Somos culpados pela violência,
Porque consumimos drogas ou ignoramos as leis.

Somos culpados pela política torpe,
Pois os imbecis que lá estão não entraram a força.
Nós colocamos estas aberrações no poder.

A nossa justificativa?
_Fazer o que? Somos obrigados a votar e não temos muitas opções.
Temos sim! No mínimo a escolha de não optar por ninguém.

Por fim, eu confesso não apenas ser culpado,
Mas estar me consumindo de vergonha
Por ter contribuído, de alguma forma,
Com toda essa destruição e distorção da sociedade mundial.

Brasil, 21 de julho de 2007.
A partir de hoje, eu desafio a todos,
A serem uma pessoa melhor.
Eu começo agora.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Retalhos

Retalhos

Caco, caco de vidro
De vidro caco
Caco quebrado
Janela aberta
Por uma pedra
Que foi jogada
Não sei por quem.

Cato, cato pedaços
Pedaços grandes
De coisas poucas
De vida toda
Toda sofrida
Por um amor
Que catô suas coisas
E pro outro lado fez sua morada.

Bebo, bebo de gole
Copo ou caneca
Balde ou garrafa
Para esquecer ou pra agradecer
Que é essa vida e muito doida
Deixa o sujeito
Sem rumo certo

Canto, canto bem alto
Desafinado, desalinhado
Porque a alegria mata a maldade
Que faz o grosso ficar fininho
Canta baixinho, apaixonado
Canta de dia, canta de noite
Canta dormindo, canta acordado.


Choro, choro escondido
De medo, de alegria ou de tristeza
Choro, choro acanhado
Choro manhoso
Homem não chora
Quem foi que disse
Não me ensinaram
Chorar direito
Chorar com gosto
De alma lavada

Sorrio, de gargalhada
Por tudo, ou talvez por nada
Nada é mais belo
Que uma risada
Riso maroto, riso safado
Riso inocente
Derruba a gente.

Luto, luto com força
Contra a injustiça
Porque tamanha perversidade
Por isso eu luto
Com toda força
Por toda a vida
Que ela não vire, vire RETALHOS.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Carpe Diem

Carpe Diem

Não pense que és perpétuo.
Não creia que deves, apenas, pensar no futuro.
Não acumule amor e energia só para o fim da vida.
Prepare-se para o amanhã vivendo hoje.
Só serás um velho feliz e apreciado,
Se a alegria e amor fizerem parte do seu dia de hoje.

Trabalhe, estude, conquiste...
Mas antes de tudo... CONHEÇA!
O conhecimento é a maior fortuna crível de se acumular.

Jamais negue um sorriso e um bom dia.
Não carece de se atrasar, mas escute por alguns minutos,
As histórias do porteiro, da diarista ou da criança que bate no vidro do seu carro.

Pare de achar que tudo e todos conspiram contra você.
No fundo, o vilão é a sua paranóia ou a sua demência.
Tolere um pouco mais. Tenha paciência com o seu parceiro,
Parceira, e até o cara que fura sua frente no trânsito,
Ou a vizinha chata que reclama de tudo.

Por um mundo, uma vida e um futuro melhor...
Aproveite intensamente e alegremente o seu dia.
Carpe Diem!!

Pergunte ao taxista

Pergunte ao taxista

Duas semanas trabalhando em São Paulo
Renderam-me boas histórias de taxistas.

Um deles acabara de perder a esposa para um estelionatário
Que ela conheceu na internet. Vinte e sete anos de matrimônio.
Triste, porém, curioso.

Outro, velho já,
Teimoso até pra admitir que tivesse que dirigir de óculos,
Estava totalmente perdido e me afirmava que conhecia um atalho.

Teve um que, para tornar a viagem mais agradável,
Deus às meninas que também estavam no carro, uma revista.
Detalhe: a revista era de mulheres desnudas.
Aliás, lindas mulheres peladas.
Talvez tenha sido por isso que as meninas ficaram furiosas.

Teve, também, um negrão, que devia pesar uns 150 quilos.
Figura boa-praça que para dissimular o guarda,
Apenas jogava o cinto pela barriga enorme.
Ele estava todo rompente, pois havia conseguido reeducar suas finanças.
Agora ele tinha apenas dezesseis cartões de crédito e apenas uma mulher.

Por fim, um que com certeza entrou para o meu ciclo de amizades.
O Tiago. Uma figura que nos escoltou por horas.
Fizemos um longo percurso para cumprir várias reuniões,
E ele fez questão de esperar em todos estes compromissos para continuar conosco.
Numa destas esperas, quando voltamos, lá estava o Tiago,
Debaixo de uma árvore estudando o guia de ruas
Para aprender o caminho de volta. Cena impagável!

O legal de tudo isso é que, a cada viagem que eu faço,
Novas amizades abrolham e muitas, mas muitas histórias interessantes.

E o Tiago. Esse nos deve um churrasco.
Mas a cerveja... é por minha conta.

Os.: Se quiser o contato do Tiago, em São Paulo, deixe um recado que eu passo.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

AlibaBar e a terra do sol nascente

AlibaBar e a terra do sol nascente

Algumas pessoas são apenas diferentes.
Outras, sem esforço, fazem das diferenças predicados naturais.
Proeminências que, para muitos, podem até passar despercebidas.

Traços finos, covinhas nas bochechas,
Pequena em tamanho,
Colosso quando chega perto.
Lábios finos e olhinhos puxados.
Ah! Esses olhinhos puxados...

Como a fineza dos traços, a beleza de tudo.
Destaque?
Não! Não são os olhinhos puxados.
Eles são especiais sim.
Mas neste conjunto todo existe algo mais sedutor.

Para saber, terás que imergir na terra do sol nascente.
Ou não! Pois esse sol, não deve nascer para todos.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Escolhas (Parte I)

Escolhas (Parte I)

O que leva um bando de garotos ricos,
Universitários, que falam inglês, mesmo sendo brasileiros,
E no seus idiomas nativos, conhecem apenas o adjetivo “estúpido”,
A agredirem violentamente, e de graça, uma mulher num ponto de ônibus?

_Ah! Estamos arrependidos. Pensamos que era uma prostituta.
Ora! Se fosse puta podia, enquanto que empregada doméstica, não?
Porquê? Se ambas prestam serviços para os pais destes delinqüentes.
Uma lava as cuecas e esfrega o chão aos gritos das vossas mães.
Outra satisfaz a promiscuidade do velho bêbado e babão dos seus pais.

Este filme de horror não é um lançamento.
Já vimos a Parte I, quando outros garotos idiotas,
Filhos de figurões, escolheram atear fogo num índio, em Brasília,
Pensando que era um mendigo.

E os filhos deste solo és, mãe, gentil?

Escolhas (Parte II)

Escolhas (Parte II)

Noves meses antes do primeiro choro,
Um homem e uma mulher que nunca vimos antes,
Fazem a nossa primeira escolha.
A partir do primeiro choro,
O mesmo casal, ainda crentes de serem os donos destes já grandes espermatozóides,
Continuam fazendo nossas escolhas.

Às vezes eu penso: que bom seria se assim fosse.
As escolhas seriam feitas por nossos pais,
Até que nos tornássemos... pais também.

Mas não! Lutamos pelo livre arbítrio.
E a cada dia o conseguimos mais cedo.
Hoje, nossos filhos, mesmo antes de falar,
Já escolhem o tipo de leite que querem mamar.

As opções são tantas que nos tornamos uns insatisfeitos completos.
Um dia queremos o progresso.
Outro, a preservação.
Hoje queremos um apartamento com sacada.
Amanhã, uma bela casa no campo.
Morar na capital? Ótimo!
Mas não a do seu estado. A do mundo!
Paris, Nova Iorque, Milão, Londres...

Estamos contratando jovens executivos.
Desejável inglês e espanhol.
Português fluente? Tanto faz.
Nunca aprendemos esse idiomazinho danado de difícil mesmo.
É importante ter experiência internacional.
Ah! Orlando e Nova Iorque aos 16 anos, num intercâmbio, na casa de uma família?
Perfeito! Melhor que um sujeito que chegou aqui dizendo que saiu de casa aos 16 anos,
Passou por vários estados brasileiros, trabalhou em muitos lugares.
Formou-se e se especializou com seus próprios recursos.
Veja só se isso lá experiência...

A vida é feita de escolhas.
Não que nós as fazemos com sabedoria.
Mas como as opções são muitas,
Tanto faz escolher o certo ou o errado,
Podemos escolher a todo instante.

O importante é ter experiência internacional e falar inglês:
I am a “paga-pau”, but, i’m happy!

E os filhos deste solo és, mãe, gentil?

Ps.: I’m sorry, Ms. Joaquim Estrada.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Inocência

Inocência

Pontinha do nariz gelado
Risos baixinhos por ter encostado e arrepiado o pescoço

Um trevo de quatro folhas arrancado
Suspiros por achar que, dele, poderá vir o príncipe encantado

Um banco na praça em pleno inverno
Mãos geladas lado a lado
Um descuido, e ele ataca
Um feroz e devastador beijo na bochecha rosada

Um sorriso encantador e satisfeito
Uma frase feita sai da boca inconsciente:
“Não faz mais isso atrevido inocente”

Louca timidez

Louca timidez

Vou torcer teu dedoo
Não vai nããoo
Vou torcer teu dedooo
Não vai nããoo
Vou torcer teu dedoo
Não vai n... aiiii.. seu estúpido

Outrora

Outrora

Porque somos tão insatisfeitos?
Se chove, eu reclamo.
Se o sol está escaldante, eu reclamo.
Se o frio é intenso, eu reclamo.
Se eu estou só, eu reclamo.
Se estou acompanhado, suplico por mais liberdade.
Aliás, essa tal liberdade me persegue há anos.
Tomei inúmeras decisões baseadas nela.
Mudei, voltei, parti, fugi....

Uma hora eu quero ser escritor.
Noutra, professor.
Hoje eu quero ser questionado.
Amanhã, talvez, amado.
Uma hora eu lamento por não ter tido tempo.
Outrora, eu lamento por outras horas que tive e não soube aproveitar.

Sem frescura

Sem frescura

Valorize-se!
Mas não deixe se achar a pessoa mais perfeita do mundo.
Sua inteligência, sua beleza, suas curvas e sua sensualidade,
São ferramentas de atração aos que a norteiam e a si mesma.

Acredite!
O fato de você ser “aparentemente” linda,
Não significa que 100% dos homens a desejam sexualmente.
Às vezes, uma dança coladinha não significa uma “casquinha”.
Uma gentileza, nem sempre está ligada a um flerte.
Um elogio, tão pouco quer dizer uma cantada.

Encontre-se!
Você pode até ser irresistível.
Mas irresistível também pode ser descartável.
Faça por merecer uma “casquinha”,
Uma cantada ou até mesmo um laço afetivo.

Reflita!
Se você não é capaz de entender suas reais virtudes e seus limites,
Não queria julgar os meus trejeitos.
Permita-me ser eu mesmo.
Ou não...tanto faz,
Desde que a sua recusa se resuma a aceitar ou não as minhas atitudes em relação a você

Acorde!
Se tu não queres ser vista apenas como um objeto de desejo e prazer,
Comporte-se como um espelho.
Agora! Se o olhar alheio tão pouco lhe importa.
Parabéns! Basta que não se importe também.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Vida sertaneja sim senhor

Vida sertaneja sim senhor

Ariano Suassuna!
Pudera, com esse nome,
Viver da poesia, do romance e da dramaturgia.

Oitenta anos nos brindando,
Com melodias textuais,
Verso, prosa, amor lúdico e poesia ingênua.

Lá do sertão, sua casa, seu país, sua terra de inspiração.
Para ele, o melhor lugar do mundo.

Viaja! Mas prefere as carroças, aos aviões.
“Qual é a graça em ver um monte de nuvenzinhas brancas passando?”

Escreve mestre.
Não deixe que o tempo nos prive do sabor das suas fábulas.
Escreve mestre. Escreve para sempre.
Pois o sempre teria menos graça sem suas palavras.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Poucas estações

Poucas estações

É mágico esse tal de tempo.
Não depende de nada e nem de ninguém.
Muda, ao menos, quatro vezes num só ano.

É louco, crucial e generoso.
Num momento vê-se a alegria das crianças brincando soltas,
No outro, casais apaixonados a procura de abrigo e calor.
De repente, casais e crianças se unem para ver as flores se abrirem.

Que espetáculo louco a natureza proporciona a esses espectadores bobos.
Que espetáculo bobo esses espectadores loucos proporcionam a natureza.

sábado, 2 de junho de 2007

Prenda a respiração

Prenda a respiração

A cada segundo que eu respiro,
Uma partícula de vida invade o meu corpo.
Vida apaixonada,
Vida despedaçada,
Vida que rasteja,
Que nem acredita mais na vida.

A cada segundo que eu respiro,
Eu absorvo amor.
Meu corpo se enche de frio e de calor,
Eu alimento a dor, a desesperança e a fome.
Quando eu respiro, me consome...
O olhar malicioso e carente de uma criança no sinal

Continuo respirando para sobreviver.
Mais e mais, e com mais vontade.
E a cada segundo que eu respiro,
Eu desejo que todos tenham o mesmo direito de respirar.
Segundos, minutos, horas, dias... vidas.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Trepar ou fazer amor?

Trepar ou fazer amor?

Qual a diferença entre trepar e fazer amor?
Em algum momento da sua infeliz vida,
Você já desejou trepar com a pessoa que você ama?

Para o homem, mesmo com medo ou desconfiado,
A sensação do gozo após levar uma "lição de cama" da mulher que ama,
É inexplicável!

Para a mulher, ser pega de jeito, sem ter tempo de pensar,
Começar encurralada na parede da sala,
Presa pelas madeixas, sem condições (tão pouco vontade) de defesa.
Ser jogada na cama e trepar enlouquecidamente.....

Qual a diferença entre trepar e fazer amor?

Para homens e mulheres.
Um jantar feito por ele,
A mesa posta por ela,
Os elogios postos por ambos,
As roupas que saem lentamente,
Os beijos e carícias intermináveis...
O incenso, a massagem, a música,
Os corpos explorados cuidadosamente por olhares, mãos e boca.
Ao invés de gritos, gemidos e sussurros que mais parecem manhas.

Qual a diferença entre trepar e fazer amor?
_Deita aqui no meu peito. Descansa um pouco.
_Nossa! Que loucura! Será que os vizinhos ouviram alguma coisa?
Qual a diferença entre trepar e fazer amor?

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Mesquita em chamas

Mesquita em chamas

Mãe e filha se encontram para rezar.
De alguma forma e por algum motivo,
Alguém elas querem salvar.

Caminham em direção ao sagrado lugar.
Um ritual puro, belo e tão forte que só a fé pode explicar.

Olhando assim de longe, nada de mal se pode pensar.
Mãe e filha se encontram apenas para rezar.
A quem elas pretendem salvar?

Talvez um louco que, em nome de Deus,
Resolve, pelo ares o templo sagrado mandar.

Mulher? Com atitude, por favor...

Mulher? Com atitude, por favor...

Vamos dar um basta a este feminismo que a milênios assola a humanidade.
A partir de agora, fica instituído que toda mulher pode (e deve) baixar num homem.

Tal como qualquer homem,
Em qualquer lugar e hora.

Da forma como nós, machos, chegamos a todo instante.
Respeitando ou não seu pretendente.
Sendo engraçada, divertida, chata, agressiva, inconveniente ou interessante.

Mulheres! Por favor, baixem forte!
Sem essa de: “o que ele vai pensar?”
Homem não pensa em nada nessas horas.
Podem mandar ver que tá valendo.

Agora! Por favor...Não me vem com:
“você vem sempre aqui?”

Felicidade plena

Felicidade plena

Quero ser feliz comigo mesmo.
Quero ser feliz sem ter que mostrar aos outros que sou feliz.

Quero olhar no espelho e rir de mim mesmo.
Gargalhadas despretensiosas,
Ou apenas um sorriso maroto, malvado e galanteador.

Quero passar horas falando sozinho.
E rir, e criticar, e me comover e me admirar.

Quero sair pela rua olhando com meus próprios olhos.
Admirando cada coisa que eu ver, mesmo as mais idiotas ou simples.

Quero ir comigo ao cinema, ao teatro, à uma ópera, à um bar.
E me divertir tanto, e de tal forma,
E poder voltar para casa em ótima companhia de mim mesmo.

Quero poder ouvir música clássica sem ter que dar satisfação a ninguém,
E sem entender realmente o que estou ouvindo.
Mas ouço como se fosse um soprano.

Quero poder, ao fim de cada dia,
Olhar para mim mesmo e ter uma única certeza:
Que estou apaixonado por mim e sou correspondido.

Mulher fases da lua

Mulher fases da lua

Uma noite eu pedi à lua:
_Lua! Tu que és tão bela, tão forte, que ilumina as noites mais escuras,
E que serve de paisagem a tantos casais.
Me dá de presente a sua irmã em forma humana.

_Meu caro! Eu sou tão fria.
Estou sempre tão distante e sozinha.
Sou tão amarga. Tão desejada, como tão pouco tocada.
Porque haverias de querer alguém como eu?

_Ó Lua bela, triste e adorada.
Quero sim!
Aqui em embaixo, com uma boa pitada de humor,
Uma dose carregada de amor,
Tu terias, como o sol, um imenso calor.

_Não me prometas o que não pode fazer,
Se eu a ti descer, ei de querer cada pedacinho do teu ser.

_Ora lua insana.
Até a pouco, triste, nem aqui queria estar.
Não deseje a mim sufocar.
Apenas desfrute da minha louca forma de amar.

Vão-se os anéis... não ficam nada

Vão-se os anéis... não ficam nada

Ao fim de um relacionamento é sempre a mesma história.
Um lado, inevitávelmente, sai mais machucado.

Pior que a perda é ouvir os que tentam amenizar dizendo:
“Não fica assim. Vão-se os anéis ficam-se os dedos”.

É incrível como existem jargões e frases clichês para tentar levantar a moral.
Nunca funcionam, mas já ouvimos e dizemos há tanto tempo,
Que acredito que isso irá durar para sempre.

No fim, é você com você mesmo.
Sem anel, dedo e, muitas vezes, nem o chão lhe resta.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

BAFO

BAFO

Algumas brincadeiras de criança são mesmo memoráveis.
Ultrapassam décadas e rendem um punhado de risadas.
Porém, uma delas que eu lembrei outro dia é especial: o BAFO

Sempre tinha uma figurinha que era a mais difícil de achar.
Vez que outra um colega achava, mas jamais apostava no bafo.

As vezes, com as mulheres acontece a mesma coisa.
Volta e meia aparece uma na vida da gente que é a mais difícil.
Que, se alguém acha, nem pensa em por no bafo.

Tem hora que o único jeito é apelando pras manhas do bafo.
Manda aquela linguada na palma da mão e bate bem de leve...

terça-feira, 15 de maio de 2007

Como se tornar um jornalista feliz

Como se tornar um jornalista feliz

Entre na faculdade certo de que será visto por amigos e parentes como um intelectual. Provavelmente ainda não é, mas vai acabar se tornando por obrigação.

Já no primeiro semestre, tenha absoluta certeza que irá mudar o mundo. Com o tempo vai aprender que é melhor sair de casa, pois nem o seu avô turrão, de 80 anos, conseguirá mudar.

Freqüente muito mais o bar da faculdade do que a sala de aula. Beba muita cerveja. Atenção! Esse talvez seja o melhor conselho deste texto.

Transe, ao menos uma vez, apenas por prazer, sem romantismo ou utopia. Obviamente isso vai virar rotina.

Filie-se ao PT, PCdoB, PSTU, ou qualquer outro partido. Hoje em dia não faz diferença alguma e, cedo ou tarde, vai se decepcionar mesmo.

Faça todos os estágios que lhe oferecerem. Não vão lhe pagar nada e ninguém levará isso em consideração quando for de verdade. Mas é sempre divertido e te deixará bem com os colegas.

Beba muita cerveja e vá a todas as festas que a faculdade fizer. Principalmente as de outros cursos. Destaque para as festas chatas dos futuros administradores. É bem provável que um deles irá mandar em você um dia.

Durante todo o curso, ignore a possibilidade de trabalhar, depois de formado, em qualquer lugar que não seja um jornal diário, televisão ou rádio. Porém, só por precaução, monte um belo mailling com as ricas e respeitadas assessorias de imprensa e as milionárias e adoradas agências de publicidade.

Inscreva trabalhos em todos os concursos para estudantes. Se ganhar, e for homem, irá comer muitas mulheres. Se for mulher, não se iluda, isso não te levará para cama de ninguém que não a sua, e ainda terá que lidar com o habitual machismo que todos conhecemos.

Escolha um tema que acredite muito para sua monografia ou TCC. Além de você, somente seus pais irão acreditar. Não, nem seu orientador irá acreditar por muito tempo. Lembre-se! Ele faz isso todos os anos.

Beba muito na sua formatura. Transe pela última vez apenas por prazer. Isso se já não estiver viciado em sexo sem compromisso.

Acorde no dia seguinte ciente de que deu um passo importante. Já não é mais o futuro do Brasil. Agora é um problema social.

Na faculdade voltamos ao jardim de infância. Nos ensinam a sonhar acordados.
Aqui fora, ainda acordados – isso, inclusive, será uma prática comum, principalmente a noite – descobrimos que a realidade é torpe na mais pura essência da palavra.
Ainda assim, nem pense em desistir. Será inútil tentar.

Continuamos sonhando acordados e, por fim, quase sempre, nos tornamos profissionais pobres, porém, felizes e com muito orgulho de poder contar a história da vida real.

Por favor! Não me acordem.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Amores Perfeitos

Amor Perfeito

Sábado à noite, um bar, muitas cervejas...
Local perfeito para um amor imperfeito.

Domingo ao meio-dia, cabeça doendo, sede, gosto intragável na boca,
Um corpo adormecido ao lado...
Local perfeito para um amor imperfeito.

Semanas depois, o mesmo bar, as mesmas cervejas, a mesma cama,
O mesmo corpo adormecido ao lado...

Amores perfeitos também acontecem em locais imperfeitos.

domingo, 29 de abril de 2007

Tédio Metropolitano

Tédio Metropolitano

Tenho medo dos meus finais de semana serem tediosos.
Nem sempre. As vezes são como ontem, por exemplo.

Ainda não sei se você existe, ou se é apenas um conto de fadas.
Após a garrafa de vinho?

Adoro Contos.
Adoro Fadas.

*Colaboração Lilica Amorim

Amor à moda da casa

Amor à moda da casa

Entrada...

Antes de sentarmos à mesa
Sirva-me um pouco mais da sua beleza

Já que és tão inteligente
Sirva-me mais das suas palavras

Já que estamos a sós
Sirva-me um pouco mais dos seus segredos

Já que estamos tão próximos
Sirva-me mais do seu sorriso

Agora que está mais à vontade
Sirva-se mais de mim, da minha boca, dos meus abraços e...

...

Agora que estamos aqui
Vamos fazer deste momento o prato principal

Sente-se, tal como você,
O vinho está maravilhoso...

terça-feira, 24 de abril de 2007

Porra!! Eu quero e mereço respeito!

Os conservadores que, por ventura, estiverem lendo este texto, que me perdoem.
Mas para mim basta! Não consigo me calar vendo e ouvindo estes loucos enxovalharem a mim e toda uma nação.

Não vejo mais saídas para afrontar e banir o velho “crime de colarinho branco”.
Nem mais nos juízes podemos confiar, quanto mais esperar que eles exerçam a punição.
Aliás, a palavra “punição’, dentro do congresso deve significar “cafezinho”. “O Ministro Paulo Medina está envolvido com a máfia do jogo ilegal... Ih! Vai ter que tomar um cafezinho”.

E como se já não bastasse a impunidade que assola a administração pública no Brasil, agora me aparece um tal bispo-senador, Senhor Marcelo Crivela, propondo ao senado uma alteração na Lei Rouanet, que incentiva o apoio a projetos culturais, passando a incluir as práticas religiosas como evento cultural, tendo assim, direito a estes incentivos.

Ora! Eu quero propor um alto e satisfatório “VAI TOMAR NO CÚ”, para todos os políticos cara-de-pau, que não têm o mínimo de senso do ridículo, e que acham que 100% da população é idiota.

Receita para se matar um herói

Receita para se matar um herói

Não consigo mais olhar nos olhos dos meus heróis.
Eles estão cegos!

Não consigo mais ouvir os segredos dos meus heróis.
Eles estão mudos!

Não consigo mais pedir socorro aos meus heróis.
Eles estão surdos!

Onde foram para os super-men? As duplas dinâmicas?
Só restaram os curingas e pingüins.

Não consigo fazer meus heróis compreenderem a real situação de perigo do nosso povo.
Eles “emburreceram”!

Onde estão nossos heróis, enquanto morremos de fome, de tiro e de outros tantos inimigos?
Eles enriqueceram!

Chega de construir heróis!
O fim de todos eles é virar vilão.

*Texto dedicado à antítese que trocou a ideologia por cuecas abarrotadas de dólares.

sábado, 21 de abril de 2007

Quem tem medo do lobo mau?

Quem tem medo do lobo mau?

Já fazia algumas semanas que havia abandonado este pequeno lar.
Não que me faltem palavras, mas a busca pelo dinheiro ainda não me permite viver apenas falando o que penso.

É justamente sobre “falar o que se pensa” o meu tema de hoje.
Num recente seminário em São Paulo eu percebi o quanto as pessoas tem vontade de fazer isso.

Profissionais bem sucedidos discutiam e apresentavam aos não tão bem sucedidos assim, a “real” situação do mercado da moda brasileira. Uma coisa curiosa acontecia ali. Tinha um enorme ponto de interrogação sobre aquela sala: Se o Brasil é promissor, tem criatividade, talentos, etc, etc, etc... Porque pouca gente investe aqui? Porque é tão difícil expandir, exportar, se manter em pé e crescer?

Um dos palestrantes, um tal Xavier, presidente de um grupo de agenciador de investimentos, uma espécie de “caçador de tesouros” para banqueiros, disse que seus clientes têm U$ 60 bilhões para investir em empresas de moda.

Ora, se os gringos tem tanto dinheiro e nós temos tantos talentos, porque eles não investem aqui? O caça talentos que ali estava, engasgou, titubeou e por um minuto quase falou a verdade, o que ele e o resto do mundo realmente pensam mas talvez por medo do “lobo lula mau e todos os seus chapeuzinhos vermelhos”, evitam de dizer e ficam gaguejando até o tempo esgotar.

A verdade é bem clara. Quem é que vai por U$ 60 bilhões em um país onde a corrupção é a palavra de ordem dentro da administração pública? E pior, o cabeça da quadrilha ainda é aclamado por um povo ignorante que o toma por vítima. Basta ligar a televisão para ver que aqui, tudo se esclarece e nada se pune. Somos uma mistura de piada interna e indignação externa. Somos geridos por uma estirpe de semi-analfabetos que só aprenderam a subtrair e a mentir pro resto dos analfabetos completos.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

A Táta e a Barata

A Táta e a Barata

Corre miúdo
Nem barulho a disgramada fais
Mas quando aparece,
Quem vê logo um gritero fais

Uns dizem que esse bichinho
Até de bomba atômica sai.
Tem gente doida lá pra cima que até de comida fais.

Mas a Táta lá dos pampas,
Que em qualquer cunversa num cai,
Disse que esse bichinho só si fais.
Enfrenta gente grande, pára, mexe as anteninhas,
E, enquanto todo mundo grita,
Ela ri é por dimais...

domingo, 1 de abril de 2007

Pão & Circo

Pão & Circo

Uma vez algum figurão de uma das nossas histórias disse uma frase mais ou menos assim: “o povo precisa apenas de pão e circo”. Talvez ele tenha razão, com exceção do “apenas”.

Eu não sei se foi nesse momento que se instituíram os espetáculos gratuitos. Ultimamente tenho feito um tour cênico pela cidade de Porto Alegre, cerca de três peças por final de semana, todas gratuitas.

Duas coisas me chamaram muito a atenção. O amor dos produtores e atores das peças que eu vi, pois só com amor eles conseguiriam fazer trabalhos tão bons e sem recursos, e a quantidade de gente a espera de uma senha para poder desfrutar desse amor.

Parabéns a estes personagens da célebre frase do personagem histórico. Parabéns ao povo por não ter vergonha de querer pão e circo.

*Destaques: “A Salamanca do Jarau”, “A Missão” e “A Dama do Lotação”...

Só sei que é assim

Só sei que é assim

Eu te quero sem saber como e quanto,
Nem quando e nem onde.
É tamanho o meu querer que não sei, sequer, onde ele começou.
Num bar, num sorriso, num copo de vinho ou num soneto de piano.
Não sei onde isso vai parar, nem sei se isso vai parar.
Eu te quero assim, por que só conheço essa forma de querer.

Afim de mim

Afim de mim

Eu quero ser bombeiro quando crescer
Eu quero apenas ser alguém quando crescer
Eu quero ter o direito de ser alguém mesmo sem crescer

Anjo rasgado

Anjo rasgado

Vejo crianças sendo adultas
Vejo crianças sendo vítimas
Trabalhando em esquinas, ruínas e bares...
...Ahh, os bares...
Bebo e esqueço tudo que vi
Acordo e vejo tudo novamente
Não quero sair de casa para não ver
Trancado num lugar qualquer eu ouço um grito ensurdecedor
Tio! Tem uma moeda??

quarta-feira, 28 de março de 2007

Todas as Mulheres

Todas as mulheres

As mulheres mais interessantes que eu conheci foram as “Anas”
Ana, por si só.
Marianas, Adrianas, Tatianas, Lucianas, Giordanas, Fabianas, Luanas...
Quanto às outras,
Sim! As outras são fulanas, ciclanas e beltranas

Encontros & Desencontros

Encontros & Desencontros

Um brinde ao encontro!
Ele é belo, gentil e sedutor
Fala de literatura, teatro, arte e gosta de filmes cult
Cruza as pernas ao sentar
Raras vezes ergue o tom da voz
Ta, a porta do carro e cadeira da mesa não fazem parte do seu repertório de sedução
Mas isso é irrelevante perto dos olhos seus olhos azuis e relevos distribuídos em um metro e oitenta e cinco de altura
...
Um brinde ao desencontro
Ele não é um deus grego
Só entende de rock e sabe a escalação completa da seleção brasileira
Flores, somente as murchas de última hora compradas no sinal
Mas isso é irrelevante perto da forma como ele faz amor
...
Quando entro nesse jogo de encontros e desencontros
Torço para perder e, quando ganho
Um brinde ao desencontro
Além do mais, eu não falo grego e estou longe de ser deus

Pó de Pir Lim Pim Pim

Pó de Pir Lim Pim Pim

Eu queria ter o poder de fazer tudo que quisesse
E olha que eu quero muitas coisas
Coisas importantes, outras nem tanto
Coisas boas e, também ruins
Coisas que nem quero tanto assim
...
Ahh o livre arbítrio!
Palavra forte, bonita
Parece aquele “treco” que fica de preto
No centro do campo de futebol
Sendo xingado por um bando de gente
Em uma pseudoverdade o tal livre arbítrio é realmente forte
Dá pra engordar um alter ego com ele
...
Eu quero tudo branco
Não! Esquece; verde!
Não! Não! Pensando melhor... AMARELO
Não entendo a sua cara feia
Eu não tenho o direito de escolher??
E o tal livre arbítrio?
[Ledo engano, senhor. As opções são muitas, mas talvez não tenha sido você quem as colocou ali]
...
Eu queria ter o poder
Ta, nem preciso de tanto poder assim
A mim bastava apenas poder voltar a ser criançaBastava acreditar que existe um pó de pir lim pim

O carnaval que nunca termina

O carnaval que nunca termina

Quase não tem problemas este país
Ônibus pega fogo com gente dentro
Cuecas se afogam em lagos profundos de dinheiro
Crianças são arrastadas do lado fora de carros com gente dentro
...
Pausa
...
Opa! Começou o carnaval mais cedo, como todos os anos,
Na Bahia, em Brasília, no Brasil
Esse carnaval começou em 1500
Qual era mesmo a cor daquele carro que arrastou o garoto?
Azul e branca são as cores da campeã 2007 do carnaval carioca
...
Bundas, plumas, peitos, álcool, máquina de lavar...dinheiro sujo
Ah! A cor daquele carro agora é branca e vermelha
Ou talvez seja cinza
Quarta-feira de cinzas

terça-feira, 27 de março de 2007

Melancolia

Melancolia

Tudo parece calmo lá fora
Céu cinza
Pouco trânsito
Pela janela eu vejo três cores que se destacam

Vermelho... verde... amarelo
Os carros param
As pessoas passam
Os carros vão
As pessoas ficam
...
A melancolia parece ter a ver com a cor do dia
Sol... sorrisos
Chuva... lágrimas...
Melancolia