quinta-feira, 26 de julho de 2007

A fina flor

A fina flor

Veja você que coisa louca.
Nem botânico eu sou,
Mas encontrei uma espécie rara da mais fina flor.
Uma flor com um perfume jamais visto.
Delicada, bela...incomparável.

Encanto imediato e irresistível.
Beijei-a como se fosse meu primeiro beijo aos doze anos de idade.
Ela estava ali plantada e indefesa.
Este beijo, claro, havia de ser roubado.
Mal sabia eu que aquele, era um beijo encantado.
Das suas pétalas, minha boca extraiu a seiva mais doce.
Bêbado, após tê-la beijado,
Acordei assim... bobo, tonto e apaixonado.

sábado, 21 de julho de 2007

Eu Protesto...

Eu Protesto...

Contra mim mesmo.
Por me sentir culpado,
No mínimo conivente.
Tal como aquelas pessoas que morreram no acidente de congonhas.

Somos todos culpados.
Não agüento mais ouvir murmúrios
Contra uma política que já nasceu podre.
E que, a cada voto, apodrecemos mais e mais.

Somos culpados por comprar passagens para congonhas,
Mesmo sabendo que aquilo é um grande problema.

Somos culpados pelo caos no trânsito,
Porque não paramos de comprar carros novos.

Somos culpados pela catástrofe ambiental,
Porque queremos sempre mais tecnologia, mais progresso e mais dinheiro.

Somos culpados pela promoção da intolerância,
Porque respondemos o erro com arrogância ou violência.

Somos culpados pela violência,
Porque consumimos drogas ou ignoramos as leis.

Somos culpados pela política torpe,
Pois os imbecis que lá estão não entraram a força.
Nós colocamos estas aberrações no poder.

A nossa justificativa?
_Fazer o que? Somos obrigados a votar e não temos muitas opções.
Temos sim! No mínimo a escolha de não optar por ninguém.

Por fim, eu confesso não apenas ser culpado,
Mas estar me consumindo de vergonha
Por ter contribuído, de alguma forma,
Com toda essa destruição e distorção da sociedade mundial.

Brasil, 21 de julho de 2007.
A partir de hoje, eu desafio a todos,
A serem uma pessoa melhor.
Eu começo agora.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Retalhos

Retalhos

Caco, caco de vidro
De vidro caco
Caco quebrado
Janela aberta
Por uma pedra
Que foi jogada
Não sei por quem.

Cato, cato pedaços
Pedaços grandes
De coisas poucas
De vida toda
Toda sofrida
Por um amor
Que catô suas coisas
E pro outro lado fez sua morada.

Bebo, bebo de gole
Copo ou caneca
Balde ou garrafa
Para esquecer ou pra agradecer
Que é essa vida e muito doida
Deixa o sujeito
Sem rumo certo

Canto, canto bem alto
Desafinado, desalinhado
Porque a alegria mata a maldade
Que faz o grosso ficar fininho
Canta baixinho, apaixonado
Canta de dia, canta de noite
Canta dormindo, canta acordado.


Choro, choro escondido
De medo, de alegria ou de tristeza
Choro, choro acanhado
Choro manhoso
Homem não chora
Quem foi que disse
Não me ensinaram
Chorar direito
Chorar com gosto
De alma lavada

Sorrio, de gargalhada
Por tudo, ou talvez por nada
Nada é mais belo
Que uma risada
Riso maroto, riso safado
Riso inocente
Derruba a gente.

Luto, luto com força
Contra a injustiça
Porque tamanha perversidade
Por isso eu luto
Com toda força
Por toda a vida
Que ela não vire, vire RETALHOS.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Carpe Diem

Carpe Diem

Não pense que és perpétuo.
Não creia que deves, apenas, pensar no futuro.
Não acumule amor e energia só para o fim da vida.
Prepare-se para o amanhã vivendo hoje.
Só serás um velho feliz e apreciado,
Se a alegria e amor fizerem parte do seu dia de hoje.

Trabalhe, estude, conquiste...
Mas antes de tudo... CONHEÇA!
O conhecimento é a maior fortuna crível de se acumular.

Jamais negue um sorriso e um bom dia.
Não carece de se atrasar, mas escute por alguns minutos,
As histórias do porteiro, da diarista ou da criança que bate no vidro do seu carro.

Pare de achar que tudo e todos conspiram contra você.
No fundo, o vilão é a sua paranóia ou a sua demência.
Tolere um pouco mais. Tenha paciência com o seu parceiro,
Parceira, e até o cara que fura sua frente no trânsito,
Ou a vizinha chata que reclama de tudo.

Por um mundo, uma vida e um futuro melhor...
Aproveite intensamente e alegremente o seu dia.
Carpe Diem!!

Pergunte ao taxista

Pergunte ao taxista

Duas semanas trabalhando em São Paulo
Renderam-me boas histórias de taxistas.

Um deles acabara de perder a esposa para um estelionatário
Que ela conheceu na internet. Vinte e sete anos de matrimônio.
Triste, porém, curioso.

Outro, velho já,
Teimoso até pra admitir que tivesse que dirigir de óculos,
Estava totalmente perdido e me afirmava que conhecia um atalho.

Teve um que, para tornar a viagem mais agradável,
Deus às meninas que também estavam no carro, uma revista.
Detalhe: a revista era de mulheres desnudas.
Aliás, lindas mulheres peladas.
Talvez tenha sido por isso que as meninas ficaram furiosas.

Teve, também, um negrão, que devia pesar uns 150 quilos.
Figura boa-praça que para dissimular o guarda,
Apenas jogava o cinto pela barriga enorme.
Ele estava todo rompente, pois havia conseguido reeducar suas finanças.
Agora ele tinha apenas dezesseis cartões de crédito e apenas uma mulher.

Por fim, um que com certeza entrou para o meu ciclo de amizades.
O Tiago. Uma figura que nos escoltou por horas.
Fizemos um longo percurso para cumprir várias reuniões,
E ele fez questão de esperar em todos estes compromissos para continuar conosco.
Numa destas esperas, quando voltamos, lá estava o Tiago,
Debaixo de uma árvore estudando o guia de ruas
Para aprender o caminho de volta. Cena impagável!

O legal de tudo isso é que, a cada viagem que eu faço,
Novas amizades abrolham e muitas, mas muitas histórias interessantes.

E o Tiago. Esse nos deve um churrasco.
Mas a cerveja... é por minha conta.

Os.: Se quiser o contato do Tiago, em São Paulo, deixe um recado que eu passo.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

AlibaBar e a terra do sol nascente

AlibaBar e a terra do sol nascente

Algumas pessoas são apenas diferentes.
Outras, sem esforço, fazem das diferenças predicados naturais.
Proeminências que, para muitos, podem até passar despercebidas.

Traços finos, covinhas nas bochechas,
Pequena em tamanho,
Colosso quando chega perto.
Lábios finos e olhinhos puxados.
Ah! Esses olhinhos puxados...

Como a fineza dos traços, a beleza de tudo.
Destaque?
Não! Não são os olhinhos puxados.
Eles são especiais sim.
Mas neste conjunto todo existe algo mais sedutor.

Para saber, terás que imergir na terra do sol nascente.
Ou não! Pois esse sol, não deve nascer para todos.